30 de junho de 2011


O jogo de empurra dos boleiros

Kleber recebe no peito, analisa e rebate. "Por mim, não saio do Palmeiras". A torcida do Verdão sorri, a diretoria palmeirense sente calafrios. O Gladiador avisou: se não ficar no Palestra, a culpa não será dele. Ele até gostaria, mas...sabe, são os milhões da Gávea que o seduziram. Basta olhar para o outro lado do muro e você achará um caso parecido. Dagoberto, atacante do São Paulo. Seu contrato, vejam só, termina apenas em abril de 2012. E cá estamos, em meio ao início do Brasileiro de 2011, lendo declarações sobre a renovação do jogador. Tal como Kleber, Dagoberto mata no peito, analisa e devolve, como numa ameaça: "Tem coisa boa na Europa...". É o jogo de empurra boleiro.

Na selva traiçoeira do mercado da bola, ninguém é mocinho. Todos são vilões. Mas os jogadores, instruídos por representantes, sejam eles empresários, tios, avós, amigos de infância, sempre acreditam que vão controlar habilmente o vaivém das notícias como controlam a pelota nos gramados. Pois Kleber, o Gladiador, bom atacante, já colocou a diretoria do Verdão na parede. Coincidentemente, a coxa do bravo guerreiro falha no limite dos seis jogos no Campeonato Brasileiro. Uma lesão verdadeira, mas que veio a calhar. E a diretoria palmeirense, antes tranquila com seu principal atacante com contrato até 2015, tem de se desdobrar. No mundo da bola, as artimanhas se repetem, de tempos em tempos e contam com a amnésia do torcedor.

Pois Kleber repetiu a mesma novela na transferência do seu amado Cruzeiro para o Palmeiras. Reconheceu a proposta, disse que gostaria muito de ficar, mas não era com ele. Então, deu adeus à Toca da Raposa. Chegou ao seu verdadeiro lar, ao Palestra que tanto lhe fez feliz. Até a proposta rubro-negra e seus números tentadores pousarem na mesa da presidência palmeirense. A história, então, se repete com o camisa 30. Assim como Dagoberto é interessado em polêmicas em suas transferências. Quem não lembra, afinal, quando o garoto prodígio virou as costas para o Atlético-PR para acertar com o São Paulo, onde, já não é de hoje, esperneia vez em outra. O caso parou até na Justiça.

Pois você, clube que deseja contar com os talentos futebolísticos de Kleber ou Dagoberto, em breve. Fique atento ao noticiário, estude o passado, analise as possibilidades, as consequências. Hoje, o jogo de empurra dos boleiros é com Palmeiras e São Paulo. Quem garante, então, que o show não se repetirá daqui a algum tempo com uma camisa rubro-negra ou de algum clube europeu? Afinal, por eles, os jogadores, ficariam para sempre a defender os escudos históricos dos clubes. Mas, sabe como é, as decisões em determinados momentos não são mais com eles. E voltará o jogo de empurra.

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