11 de março de 2011


O circo imperial

Adriano é o grande vilão do cenário esportivo no momento. O bacana agora é atacá-lo, achincalhá-lo. Os clubes que o negam estão de parabéns, ainda que não tenham um atacante com sequer metade de sua capacidade. Virou o Imperador do Mal, o símbolo da discórdia. Mas, digam, quantas vezes Adriano já destruiu a tão decantada harmonia de um grupo como o Flamengo atualmente? Não se tem notícias. Adriano faltou, sim, a treinos. Errou, mas também deu muitos benefícios à Gávea. Foi campeão, artilheiro e importante na fase decisiva da Libertadores em 2010. Mas a diretoria assina um atestado de incompetência. Contratar Adriano significa voltar ao passado, a 2010, onde jogadores foram acusados de assassinato, presos, a bagunça, literalmente, imperou? A hamornia, a organização do elenco rubro-negro são, então, um simples castelo de areia. Um vento, por menor que seja, as derrubará. O argumento da diretoria é frágil. Ela assume, publicamente, que é incapaz de controlar Adriano. Prefere sacrificar Ronaldinho no ataque, sofrer com atacantes de capacidade inferior. O mais fácil e óbvio era aceitar Adriano de volta. Fazer um contrato com cláusulas, multas e, se for o caso, rescisão. Mas tentar, ao menos tentar reforçar a equipe e deixar o preconceito de lado. Adriano, livre, é mais julgado e punido do que Bruno, preso. É perigoso. Mas muitos gostam e se deliciam. É bacana, sempre, fazer um circo imperial.