15 de junho de 2011


Um craque que nunca foi, mas é

Às 21h50 desta quarta-feira, o Santos entrará em campo no Estádio Centenário, em Montevidéu, capitaneado por Neymar, em busca do tri da Libertadores. A quilômetros de distância, talvez na sala de seu confortável apartamento, estará Paulo Henrique Ganso. O meia, sem dúvidas, é uma das boas revelações e promessas do futebol nacional nos últimos anos. Mas ao assistir aos companheiros pela televisão hoje, Ganso deveria parar e refletir sobre o craque um dia poderá ser, mas ainda não é. Ou melhor, para muitos já é.

Justamente quando o processo de amadurecimento começaria em sua carreira, Ganso sofreu um baque: a lesão no joelho esquerdo e o afastamento dos gramados por quase sete meses em 2010. Ao contrário de outros jogadores, Ganso pediu valorização justamente no momento em que estava parado, fora de combate, sem ajudar o Santos. E surpreendentemente conseguiu. Enquanto isso, Neymar alternava bons e maus momentos em seu processo de amadurecimento, mas se consolidava como a grande revelação do Santos e do futebol brasileiro. Neymar tornou-se uma realidade. Ganso, ainda não.

Sem ele, o Santos voltou a ser campeão paulista em 2011 e está na final da Libertadores. Neymar, com razão, pediu reconhecimento e foi tratado pelo que apresenta em campo. Ganso pede tratamento igual com a justificativa do que ele poderia representar. Neste ano, voltou aos gramados, mas já desfalca o Santos novamente com uma lesão e justamente na final mais importante desde 2003. Ainda assim, o esboço de craque bate o pé, pede reajuste salarial, flerta com rivais, sonha com o futebol europeu, é convocado para a disputa da Copa América e se torna virtualmente a estrela que muitos e ele próprio imaginam que ele seria. Mas por enquanto Ganso é apenas um craque que nunca foi, mas, para alguns, é.

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