19 de junho de 2011


O viaduto da bola

Pegue a tabela do Campeonato Brasileiro e você verá o São Paulo como líder absoluto, com cinco vitórias consecutivas. E no comando do Tricolor? Paulo César Carpegiani. Impossível imaginar tal panorama há pouco mais de um mês. O poderoso clube paulista era eliminado da Copa do Brasil, maior objetivo do primeiro semestre, pelo modesto Avaí. Rivaldo, primadona do banco de reservas do Morumbi, reclamava aos quatro ventos e batia de frente com Carpegiani, considerado praticamente como carta fora do baralho. É o viaduto da bola, como já disse uma vez Branco. Um dia você está por cima. No outro, já está por baixo.

Pois saia, então, do líder do Brasileiro e pegue a ponte aérea. Pouse no Rio de Janeiro. Em solo carioca, o Flamengo campeão estadual invicto, o Bonde Sem Freio, já encontra vozes insatisfeitas com Ronaldinho, Luxemburgo e companhia. Apenas uma derrota em 30 jogos, mas a Gávea já vive um Caldeirão. Diferente, por exemplo, do rival Vasco. No começo da temporada, o pior início de Campeonato Carioca em sua história. Agora, enfim campeão pela primeira vez da sonhada Copa do Brasil com vaga na Libertadores de 2012 garantida. É o viaduto da bola.

Logo ao lado de Rio e São Paulo, o exemplo mais recente. Pois o Cruzeiro de futebol mais encantador do Brasil em 2011 e dono da melhor campanha da Libertadores não existe mais. Cuca, o mentor daquele time, pediu demissão. Antes no alto do viaduto, a Raposa agora conhece o lado mais amargo. Sorte, claro, do Santos, campeão paulista e finalista da Libertadores. Mas o Peixe que não se anime. Basta um infeliz insucesso contra o Peñarol na próxima quarta-feira para que o bonde de Neymar, Elano e companhia desça vertiginosamente. Faz parte. Afinal, Branco tinha mesmo razão. Todos os dias, o mundo do futebol mostra como é mesmo um viaduto. Um dia por cima. No outro, por baixo.

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