18 de junho de 2011


Quando a bola dá chances

47 minutos do segundo tempo no Engenhão, contra-ataque fulminante e Jobson marca e dá ao Bahia a primeira vitória no Campeonato Brasileiro. No rosto do atacante alegria pelo presente, tristeza pelo passado e dúvida quanto ao futuro se entrelaçam e tomam o formato de lágrimas. Justas, sinceras. Jobson é muito mais vítima do que culpado e amanhã ruma para a Suíça, onde será julgado após ter sido flagrado por doping. Não tivesse o dom de jogar, e bem, futebol e talvez o atacante estivesse encostado em qualquer esquina das grandes cidades brasileiras. Mas não.

Jobson teve mais uma chance no Botafogo, clube que carinhosamente o acolheu após o caso de doping. Mas falhou de novo. Parecia destinado ao anonimato. Veio, então, a mão amiga do Atlético-MG. Jobson não conseguiu. Pediu para voltar ao Rio de Janeiro, ao seu Botafogo. Dessa vez a resposta foi não. Para o Glorioso e para o jogador, talvez tenha sido a melhor escolha. Pois o Jobson que aparece agora com a camisa do Bahia, seu mais novo porto seguro, parece diferente. Mais leve e até mais disposto a dizer que ele pode, sim, deixar tudo para trás.

Contra o Flamengo, já havia infernizado a zaga adversária com o que tem de melhor: o futebol. Dribles curtos, velocidade e chutes muitas vezes certeiros. Um jogador que chama a atenção. Amanhã, porém, Jobson caminha ao encontro do seu passado. Após a suspensão, pode amargar novamente um tempo fora dos gramados pela utilização de drogas. Um dia antes da viagem, a lembrança de que ele está, sim, vivo, a fim de jogo, talvez até empenhado em livrar-se de vez do mal que consome não só ele, mas vários na sociedade. Gol da vitória contra o Fluminense e Jobson está, novamente, nos holofotes. A bola dá várias chances. Cabe a ele aproveitá-las.

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