13 de junho de 2011



O fator Luxemburgo



Em 2011 são 29 jogos e apenas uma derrota. Um título invicto, uma eliminação, um início regular de Campeonato Brasileiro e um mar de dúvidas. Fosse outro treinador e a presidente do Flamengo, Patricia Amorim, talvez não ouvisse tantas reclamações e até pedidos de saída do técnico. Mas há o fator Luxemburgo. Pesa demais em momentos como o atual, em que o time patina no gramado e a torcida torce o nariz.

Luxa chegou ao Flamengo em outubro de 2010 com duas missões: livrar o time do rebaixamento e comandar o futebol rubro-negro, incluindo aí a transformação do Ninho do Urubu em CT de Primeiro Mundo. O primeiro objetivo foi cumprido a duras penas, o CT parece ter, enfim, decolado rumo à profissionalização, mas o problema está quando o treinador se encontra com o gestor em uma pessoa só. Luxa, o técnico, pode não ser culpado em algumas situações. Mas Luxa, o gestor não oficial, com influência direta no futebol rubro-negro, será. E vice-versa.


Mesmo com Ronaldinho Gaúcho e Thiago Neves em campo, o Fla do técnico Vanderlei Luxemburgo patina diante de adversários de nível mais elevado. No Campeonato Carioca, com nível técnico inferior, o time passou sem sobressaltos. Mas, no fundo, a torcida rubro-negra sempre lembrava ao gestor Luxa: em determinado momento, a equipe iria precisar de peças em posições. Aí, então, o técnico passaria a ser cobrado. É o que acontece atualmente.


Sim, o time perdeu apenas um jogo na temporada. Mas foi eliminado na Copa do Brasil pelo Ceará por limitações claras: o baixo nível técnico da zaga, a lateral esquerda inexistente e o ataque inoperante. Aí, o técnico passou a bola para o grande responsável pela montagem do elenco. Para azar de Luxa, ambos se reúnem na mesma pessoa. Dispensar o técnico com o bonde andando seria bobagem. Mas é melhor o gestor agir rápido e livrar seu alter ego de pressão. Do contrário, um pagará a conta pelo outro. Foi assim no Palmeiras, no Atlético-MG e poderá ser na Gávea. É o fator Luxemburgo.

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