20 de junho de 2011


Os Caças Gaúcho

Mais um jogo e Ronaldinho, de novo, não foi bem. Prato cheio para os Caças Gaúcho espalhados por aí. O que será que o craque faz em casa, no banheiro? E os jogos de futevôlei? Será que a festa no condomínio teve influência direta naquela finalização errada? Um poço vazio. Ronaldinho foi contratado para jogar futebol pelo Flamengo e vive uma má fase. É inegável. Por isso deve ser cobrado, vaiado, solicitado para treinamentos especiais e até mesmo barrado se for necessário. Tudo dentro do limite de sua profissão. Não em sua vida pessoal.

Em tempos de jornalismo manja, onde o jogador é vigiado até quando vai ao banheiro, Ronaldinho parece ser duro no baque. Vai a todos os treinos, está em todos os jogos. É um fato, não uma teoria conspiradora. Não está, por exemplo, redondo como esteve Ronaldo por um ano e meio no Corinthians. Neste caso, bastava assistir ao ex-Fenômeno em ação, esbaforido, com uma enorme pança, para concluir que os descuidos com a alimentação refletiam claramente a dificuldade do atacante em se locomover.

Ronaldinho deve ser, sim, criticado por suas atuações abaixo do esperado e treinamentos realizados nas coxas. Assim como foi aplaudido em suas boas exibições e no gol de falta na Taça GB. Tudo dentro de sua profissão. O problema dos Caças Gaúcho é que vão além. A culpa é de uma ida a boate, do beijo em uma morena, a bela mansão. Ora, convenhamos. Ronaldinho tem 31 anos, já conquistou tudo na carreira, é milionário e não faz nada diferente do que fazia nos tempos de melhor do mundo, no Barcelona. A não ser que apareçam exames físicos e fisiológicos comprovando que a ida dele em determinado treino baixou seu potencial para determinado jogo, o mimimi dos Caças Gaúcho será, simplesmente, caso para fofoquinhas de corredor.

Seria mais interessante, portanto, tentar entender o porquê de o craque, um meia-atacante, ser escalado como centroavante, totalmente fora de posição. Ou então observar o time que o cerca e compreender que não se trata de um primor de craques bem organizados. Pelo contrário. Ronaldinho, por tudo que é e já foi, recebe a maior chuva de críticas. Normal e válido desde que se concentre em campo e bola. Sua vida pessoal, salvo casos em que extrapolem os limites da lei como aconteceu com Bruno, não interessa realmente a ninguém a não ser a ele próprio. Craque que é, Ronaldinho em breve acertará um lançamento, fará um golaço, o Flamengo voltará a vencer. Depois, como todo ser humano, ele sairá para comemorar em churrascaria, boate ou show sertanejo. Mas deve ter cuidado. Afinal, atrás de um muro, à espreita, estarão sempre os incríveis Caças Gaúcho.

3 comentários:

Anônimo disse...

Estar em treinos e jogos "de corpo presente" pode? Estando na boate às 5 da manhã faz um atleta jogar melhor?

Pedro Henrique Torre disse...

Não sou médico nem fisiologista para avaliar as condições físicas dele. Ninguém é baba de ninguém. Vida pessoal é dele, apenas dele.

Fernando Torre disse...

O futebol infelizmente está se desfazendo de seus ídolos, dentro e fora de campo. Já se foram Petkovic, Romário, Ronaldo, Maradona e os que ainda teimam em jogar,como Ronaldinho, são patrulhados pelos tablóides sensacionalistas que comparam a vida do jogador à de celebridades do Fuxico. Que saudade dos verdadeiros jornalistas, como o saudoso Armando Nogueira, que se limitavam a comentar as atuações dentro de campo.