9 de agosto de 2011


Ícone da bola

O andar manso, a expressão de felicidade e o agradecimento, com cumprimentos de mão em mão, a cada jogador próximo foram comoventes. Talvez ele não precisasse estar ali. Poderia estar em casa, confortável em sua sala, recordando o passado. Mas Mário Jorge Lobo Zagallo não é assim. É vibrante por natureza. Sempre foi. Você pode não gostar de Zagallo. Pode achá-lo extremamente repetitivo com o papo de "amarelinha". Pode não ter gostado dele como técnico. Mas não pode negar que se trata de uma lenda viva da bola. Um ícone que tem a sorte de, ainda em vida, receber todas as homenagens pelas carreiras brilhantes, dentro e fora de campo, e pela enorme contribuição que deu ao futebol.

Você, rubro-negro, lembra do gol do Pet? Zagallo, camisa do Fla e número 13 às costas, era o técnico que berrou na beira do campo. Botafoguense, recorda do time histórico dos anos 50 e 60? Zagallo passou por ele. Você, saudosista, não esquece a Seleção de 70? Era Zagallo o comandante. Como foi auxiliar de Parreira na Copa de 94 e teve de conviver, de volta ao cargo de técnico, com o drama de Ronaldo na final de 98. Zagallo transformou-se em uma marca. Atende a todos com simpatia na maior parte das vezes. E fez com que o engolissem na Copa América de 97.

Em 2006, estava lá como fiel escudeiro de Parreira. Mas a idade cobra. Zagallo, aos 80 anos, não tem a mesma vitalidade de sempre. Está afastado apenas profissionalmente do futebol, já que o esporte jamais irá deixá-lo. O andar daquele senhor de cabelos brancos ralos, óculos e o sorriso estampado despertou sorrisos e admiração antes do embate entre Botafogo e Vasco no Engenhão. Loco Abreu, uruguaio, olhou para o Velho Lobo com admiração. Zagallo transcende o Brasil. É ícone do mundo. Mundo da bola.

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