8 de setembro de 2011


Pensatas de um (provável) jogão

Corinthians e Flamengo podem até não fazer o jogo pela liderança que chegou a ser qualificado como a velha bobagem de final antecipada há dez dias. Mas não deixa de ser um jogão que se anuncia no Pacaembu. Importante, tenso e talvez até um divisor de águas para cada equipe. Sim, pois tanto o time de Tite como o de Vanderlei Luxemburgo estão com a água no pescoço diante de tantos desleixos ultimamente. Pau a pau na tabela desde o início do campeonato, os dois clubes mais populares do Brasil voltam a se encontrar justamente quando estão em declínio e a turma de baixo já os passou na tabela ou os ameaça cada vez mais. Difícil fazer um prognóstico sobre quem sairá sorridente hoje à noite em São Paulo. Mas a balança pende um pouco lado o corintiano por uma série de fatores que se apresentam.

Tite, por enquanto, não conta com desfalques. Pelo que armou durante os treinamentos do Timão durante a semana, ele promete explorar ao máximo as deficiências de um Flamengo debilitado com algumas baixas. Pois vejamos. A simples troca de Danilo por Alex evidencia a opção por velocidade no meio de campo. Opção ainda mais escancarada com um ataque formado por Jorge Henrique e Emerson, nas pontas, e um Liedson mais centralizado, mas em movimentação contínua. Do outro lado da trincheira, Vanderlei Luxemburgo terá trabalho. Airton, seu cão de guarda, faz muita falta. Com as passagens dos atacantes corintianos pelas laterais, Léo Moura e Junior Cesar terão trabalho extra na marcação e pouco poderão se dedicar à parte ofensiva. Ao abrir a marcação rubro-negra, a zaga carioca ficará mais exposta às ofensivas de Alex, além de Ralf e Paulinho. Daí, provavelmente, a opção de Luxa por Welinton na defesa e sua velocidade. Afinal, Maldonado, sem ritmo de jogo, estará na proteção à zaga.

Com o jogo aberto e o Flamengo atacado, a aposta terá de ser em uma rápida saída no contragolpe com Ronaldinho e Thiago Neves pelos lados. Difícil aí é contar com a eficiência de Deivid para transformar chances que provavelmente serão raras. A outra opção rubro-negra recai no velho sistema de jogo que apresentou em bons momentos no Brasileiro: a farta troca de passes para cansar o adversário e achar a brecha. Mas com uma marcação mais ferrenha do Corinthians com Ralf, Paulinho e companhia em um Pacaembu em ebulição, manter o controle da partida parece muito improvável. Salve aí um Ronaldinho em dia inspiradíssimo como diante do Santos, a tarefa será muito difícil para o Fla. Mas igualmente importante para o Corinthians. Quem perder o jogão começa a se complicar de verdade na luta pela parte de cima. Nem tanto pela pontuação, mas pelo momento. Será um duro baque. Mas vale esperar o jogo do Pacaembu.

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