23 de julho de 2011



Quando a massa não abraça


O jogo contra o Ceará foi a exceção. O time jogou bem, entregou vitória fácil, perdeu dois em três pontos fáceis em casa. Compreensível a irritação de uma Nação. Mas incompreensível, sim, é a irritação da torcida do Flamengo em 2011 com Vanderlei Luxemburgo e com o próprio time. São quase 40 jogos na temporada e uma, apenas uma derrota. Um título invicto, uma eliminação e uma colocação, por enquanto, entre os quatro primeiros do Campeonato Brasileiro. A temporada longe de terminar e o Flamengo e Luxa encontram críticas, implicâncias, irritações.


A imagem representativa da relação entre time e técnico com torcida ocorreu justamente nesta noite, em Macaé. O time vencia por 1 a 0, jogava bem, disputava cada bola e...torcedores atrás do banco de Vanderlei Luxemburgo o importunavam. Xingavam. Debochavam. Pediam raça a um time de jogadores que não se cansaram de dar carrinho na lateral. É de se repensar. Qual a razão de uma torcida não simpatizar com a equipe? Não abraçá-la nos maus momentos para empurrá-la para frente, algo tão comum no Flamengo. Curioso. Sem química.


As críticas, claro, são válidas. Time e Vanderlei Luxemburgo erram, estão bem longe de serem imbatíveis e perfeitos. Às vezes vão mal. Às vezes vão bem. Mas, no geral, o Flamengo é um time muito competitivo em 2011. Está na briga, pode lutar, apesar dos deslizes bobos e das falhas individuais. Mas não há empatia com a arquibancada. Talvez a falta do Maracanã pese e a atmosfera à qual time e treinador estão acostumados faça força para um lado nesta balança. Mas é intrigante ver o Flamengo, com apenas uma derrota em 2011, ser motivo de tanta irritação, de tanta cobrança. Ronaldinho deve jogar mais. Thiago Neves deve passar mais a bola em vez de chutar. Felipe não deve espalmar a bola para frente uma vez.


Pois a torcida do Flamengo já fez a equipe chegar a resultados surpreendentes. Jaílton e companhia já foram empurrados, com Souza no ataque. Era o Mengão do coração. "Vamos, Flamengo, vamos ser campeões!". Com times mais fracos, mais vulneráveis e sem grandes esperanças. Hoje não há mais química. Título invicto, apenas uma derrota, Ronaldinho com a camisa 10, Thiago Neves como coadjuvante. Na briga pelo Brasileiro. Mas não há empatia. Para um time que tem uma Nação por trás, fica difícil. Quando a massa não abraça.

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