3 de julho de 2011


Em defesa de Dunga

Dunga deixou o comando da Seleção Brasileira dias depois da eliminação para a Holanda na África do Sul. Pagou mais pela falta de educação e pelo destempero do que propriamente pelo seu trabalho. À frente da Seleção Brasileira, o papel do Capitão do Tetra foi, sim, bom. Campeão da Copa América, Campeão da Copa das Confederações, classificado por antecipação para a Copa da África, onde caiu nas quartas de final em jogo duro diante de uma das finalistas. Não é pouco. Mas Dunga está marcado pelos palavrões, o jeito ranzinza. Mano Menezes, seu sucessor, trilha o caminho contrário e já é dotado de um escudo tanto por parte da torcida como por parte da mídia.

Imagine você se Dunga houvesse disputado amistosos diante de Argentina, França e Holanda com um saldo de duas derrotas e um empate em casa? Seria massacrado. Mano Menezes não foi. Sorri, tenta manter o equilíbrio e quase não leva pedradas. A Seleção de Dunga contava com um padrão tático, gostasse você ou não, além de ser ser competitiva e eficiente. Praticamente as mesmas caras figuravam na equipe titular. A Seleção de Mano parece não ter padrão tático, há várias indefinições no time titular e está longe de ser competitiva. Pegue como exemplo o jogo diante da Venezuela. Nenhuma jogada tramada, pouca inspiração, um Brasil nem um pouco empolgante diante de uma das babas da América do Sul. Um empate sem gols de dar dó.

Dirão os defensores de Mano que ele não contou com tempo para treinar a Seleção. Ora. Mano estreou há quase um ano, em agosto de 2010, e teve oito jogos até a Copa América. Não há razão para a Seleção Brasileira hoje não contar com um mínimo de padrão de jogo. Até mesmo uma data Fifa para amistosos foi utilizada apenas para treinamentos pela Seleção de Mano. Fosse Dunga que não apresentasse resultados e as críticas seriam diferentes.

Comparar os trabalhos dos técnicos, determinando quem foi melhor, claro, ainda não é válido, já que Mano está no andar da carruagem e tem apenas nove jogos. Dunga teve 60 até a eliminação na África do Sul. Mas está claro que Mano precisa achar o rumo de sua Seleção e aproveitar a Copa América para dar o seu cartão de visitas. Porque, no fundo, apesar do jeito intempestivo seu antecessor fez, sim, um bom trabalho, com dois títulos e vitórias expressivas sobre rivais. Que a volta por cima comece já contra o Paraguai. Caso contrário, a corneta do povo começará a berrar. E não adiantará xingar, Mano.

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