9 de abril de 2012


Vaca do Verdão rumou para o brejo

A ideia, na verdade, saiu dos bares. Quantas vezes já não se ouviu por aí o rame-rame de que bastaria a qualquer grande clube pedir R$ 1 a todos os seus torcedores para contratar um bom reforço? Pois o Palmeiras teve coragem e o fez sair do papel. Talvez na tentativa de maquiar o processo e torná-lo mais profissional, denominou de crowdfunding a iniciativa de pedir ajuda financeira aos torcedores para contratar Wesley. No fundo, era a boa e velha vaquinha. Enfrentou deboches em toda esquina. Do total de R$ 21,4 milhões, a ajuda dos palmeirenses alcançou, de acordo com notícias, quase R$ 800 mil. Ainda assim, Wesley vestiu a camisa do Verdão. E, por sorte, a tal vaquinha não deu mesmo certo.

Em seu quarto jogo pelo clube, o volante sofreu lesão grave no joelho direito. Ligamento rompido, ao menos oito meses fora de ação. Bola, só em 2013. Fim de temporada. Lamentos no Palestra. Menos mal que o montante pela aquisição de Wesley tenha vindo mesmo do bolso da diretoria palmeirense. Pois imagine caso a vaquinha tivesse dado certo. Na fantasiosa cabeça do torcedor, o volante seria quase sua propriedade. Ele, enquanto "dono", acreditaria ter direitos. Pagou e nem mesmo viu Wesley em ação. O mais fanático poderia buscar uma reparação na Justiça, ainda que o caminho pudesse levar ao nada. Ao se ver livre do fundo dos torcedores, o Palmeiras livrou-se, na verdade, de transformar em realidade o virtual poder que a arquibancada já acredita ter sobre os jogadores. Menos mal. Porque a vaca palmeirense em 2012 foi, mesmo, para o brejo.

Nenhum comentário: