5 de abril de 2012


A espera por Kaká

Kaká voltará, sim, à Seleção Brasileira. É praticamente inevitável. Tem bola, histórico e carisma para isso. Não se deve, no entanto, colocar o carro na frente dos bois. Parece inútil explicar em um país com milhões de treinadores. Se há pouco mais de dois meses o camisa 8 do Real madrid deveria se refugiar no Brasil para terminar a carreira dignamente, hoje representa aquele fio de esperança que vai fazer com que a Seleção volte das cinzas. Já foi assim com Ronaldinho. É assim com Kaká. Será no futuro com outro jogador de porte.

Apesar de todos os erros em que já cometeu em quase dois anos de Seleção Brasileira, Mano Menezes trata o episódio de Kaká com a devida precaução. Deve lembrar que o meia esteve na Copa de 2010 praticamente no sacrifício. Depois disso, sucumbiu às lesões. O futebol de incríveis arrancadas, passes certeiros e belos gols deram lugar às notícias de tratamentos, passagens pelo departamento médico e incertezas. Aos poucos, Kaká está voltando. Obviamente, aos 30 anos não será o mesmo jogador que aos 26 anos foi qualificado como o melhor do mundo. Mano sabe disso. E tem razão.

Convocar Kaká justamente agora, às vésperas dos Jogos Olímpicos, seria uma injustiça. Mais uma lesão ou atuação apagada a nuvem de desconfiança voltaria a pairar sobre o camisa 8. Melhor guardá-lo, apreciá-lo em evolução no Real Madrid e confirmar sua plena recuperação física. A partir daí, passagem carimbada para a Seleção, com efetivas chances de manter-se assim até a Copa do Mundo de 2014. Kaká ainda está longe de ser veteraníssimo, tem condições de continuar em bom nível até o Mundial e, acima de tudo, preza por sua profissão, de atleta profissional. Convém esperar por ele.

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