2 de julho de 2014



Sobre waffles e Playstations

Twitter é uma ferramenta fantástica. Mas, em grandes eventos, torna-se solo pantanoso. É lançar uma bola no escuro e, em troca, poder receber outro belo passe ou uma pedrada. Quase um manicômio virtual. Mas a gente se diverte. E se irrita. Faz parte. Ainda mais em jogos da ótima geração belga na Copa do Mundo. Lado A, lado B. Há quem defenda, há quem ironize. Estou no segundo lado por diversão. Não convicção. E isso não quer dizer que eu não goste mesmo da Bélgica. Não mesmo. Pelo contrário. 

Adoro waffles. Bruxelas e Bruges são cidades belíssimas. O povo é simpático. Não curto cerveja, mas amigos que apreciam a nobre arte são só reverências. Não há, portanto, motivos para não se gostar da Bélgica. E há quem ache, realmente, que a galhofa diante da geração de De Bruyne, Fellaini, Witsel e Kompany é mesmo séria. Geração Playstation. Um time virtual, do videogame. Hazard é o Fellype Gabriel que tomou Plasil (atenção: não é um atacante croata do Shakhtar). Óbvio que a Bélgica não é nada disso. 

A provocação ou, no popular, a boa e velha pilha encontrou trampolim em que levou o assunto tão a sério. Quase uma ofensa pessoal. Não houve só elogios à Bélgica. Houve veneração, com uma barreira de estatísticas e mapas de calor por trás, de que os belgas, os bons belgas, eram um esquadrão que assustariam na Copa do Mundo. Não são. Sim, desde 1986 a Bélgica não alcançava as quartas de final da Copa do Mundo. É bacana. Assim como a Costa Rica, de muito menos tradição no futebol.

Travou na primeira fase, encontrou dificuldades, mas venceu os três jogos. Natural para uma geração jovem. Uma ÓTIMA GERAÇÃO. Mas não um esquadrão. Diante das ironias do bom jogo de Courtois e companhia contra os Estados Unidos houve chiliques. Pitis. "Desconhecimento, ignorância". Ora, não leve mtudo a sério, meus caros. Claro que é uma galhofa, gurizada. Óbvio que é uma ironia. Espanta quem, do alto de um pedestal internacional, se sinta atingido pelo contrário. Beira a inocência. 

Caso a Bélgica avance ainda mais na Copa do Mundo, diante da Argentina, será realmente histórico. E bacana. Belo trabalho de Wilmots, o homem que poderia ter ido às quartas de 2002 não fosse o apito brasileiro. É legal ver a Bélgica jogar, organizada, com calma, girando a bola, buscando espaços. É bonito, minha gente. Mas é legal, também, fazer piada. Brincar. É Copa do Mundo. Vamos dizer que a ótima geração belga não apresentou nada de mais. Vamos nos divertir. 

Vou sentar no sofá, na boa almofada, e assistir a Messi e companhia contra Hazard e seus amigos. Vou assistir ao futebol. Vou curtir a Bélgica, a Argentina. Abaixo da tv terá um Playstation. Sem provocação. Entrei até no site da Federação deles que transforma qualquer nome em um legítimo belga. Fosse eu amigo do Kompany nas peladas de rua de Bruxelas na década de 90 e me chamaria Pol Thyskens. Curti. Curto a Bélgica. Curto Waffles. Curto Playstation. Curto a ótima geração. Apreciemos a Copa. Tintin. 

Um comentário:

Thiagofrom disse...

Plasil? http://www.ogol.com.br/jogador.php?id=2703&search=1