25 de outubro de 2011


Neymar, o driblador de barreiras

O ziguezague entre os defensores e a leveza com que se desloca em campo não deixam dúvidas que Neymar nasceu mesmo para o drible. É daqueles cometas raros que passam de tempos em tempos pelos campos arrebatando fãs, fazendo-se admirar até por adversários e colecionando momentos inesquecíveis. Tem o dom da bola. Com apenas 19 anos, o garoto prodígio do Santos não se limita a passar apenas por rivais. Com a mesma sutileza com que deixa zagueiros para trás, Neymar tem driblado também barreiras pré-estabelecidas num tradicional mundo do futebol. Ágil, o atacante santista acaba de deixar para trás mais um obstáculo e mesmo jogando em terras tupiniquins está cotado para ser um dos integrantes na lista de melhor do mundo. Provavelmente não será eleito. Mas Neymar prova não bater de frente com barreiras. Ele simplesmente as dribla.

Porque até pouco tempo atrás era impossível imaginar que um brasileirinho jogando cá nessas terras fosse capaz de fazer tamanho estrondo em terras europeias a ponto de integrar a lista dos melhores do mundo. Edmundo só não fez chover em 97, pareceu de outro mundo e nem mesmo citado foi. O sorriso travesso, o moicano reluzente a metros de distância abre portas e deixa para trás convicções de drible em drible, de gol em gol. Aos 19 anos, Neymar da Silva Santos Júnior pôs uma Libertadores da América debaixo do braço e levou o Peixe a uma conquista que ainda não havia encontrado sem Rei Pelé com a camisa 10. É, sem dúvidas, um prodígio. Enquanto a maioria dos boleiros reclama do cansaço, de partida após partida, Neymar pede mais. Desejar estar em todos os jogos, pretende se divertir jogando futebol e assombra a todos como passeia em campo mesmo com 61 partidas nas costas durante a temporada.

Ao passo do encanto da bola, o garoto ainda prova que é possível ser popstar e jogador de futebol ao mesmo tempo. Estrela inúmeras campanhas de marketing, é jurado de torneio de freestyle. Não perde a pose nem o carisma. A cada drible dado no Engenhão no último domingo, o som estridente de gritos de adolescentes era ouvido no estádio. Ele ria. Fez gol e, com as mãos, o gesto de um coração. Neymar não é odiado. É admirado. Por vontade própria, disse que povo que ficaria por mais um tempo. Sente-se feliz aqui, em sua terra. E mesmo assim concorrerá ao prêmio de melhor jogador do mundo. Como será possível, perguntam os europeus. Pois é. Diante dos olhos de todos, Neymar faz história. É o driblador de barreiras.

Nenhum comentário: