21 de maio de 2011


Inversão de valores

Nem bem a bola rolou no Campeonato Brasileiro e já é possível ouvir de comentaristas e torcedores: "É a segunda chance de ir à Libertadores!". Difícil compreender e duro de aceitar que a cultura da vaga ganha força no futebol brasileiro. Não? Pois relembre as últimas edições do Campeonato Brasileiro desde o início da era de pontos corridos, em 2003. Com o passar dos anos, muitos grandes clubes enxergaram na vaga para a Libertadores a tábua de salvação da temporada.

O time não venceu nenhum dos três ou quatro campeonatos que disputou, mas no próximo ano estará na Libertadores. Está a salvo. Bobagem. Entre em uma banca de jornais e peça o primeiro guia do Brasileiro que estiver à vista. Abra. Observe clube por clube. Algum deles está mais cotado por ter conseguido, nos últimos anos, cinco vagas na Libertadores?

Acho que não. O que vale na brincadeira chamada futebol é, sim, o título. A torcida deve ser, sempre, pelo caneco. É o troféu que eleva o status do clube, gera ainda mais patrocínios, renda no estádios e gozações aos torcedores adversários. Pois é pobre o torcedor que brinca com o adversário por ter conseguido uma vaga na Libertadores. A nova geração de torcedores, a do PlayStation, deve entender que uma simples vaga em competição internacional não é motivo algum para se vangloriar. A brincadeira sempre foi pelo título, pela faixa de campeão. Não esta completa inversão de valores.

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